31 julho 2005

Enfim, férias...

NAP

26 julho 2005

Uma questão de tempo...

Aqui o vosso escriba não é dado a escutar conversas alheias, mas algumas são feitas tão alto e tão perto que não posso deixar de ouvir:

Ela: Acho que a … acabou com o …

Outra: A sério?

Ela: Tenho quase a certeza… ele deu-lhe um beijo na cara…

Outra: E foi ela que acabou?

Ela: Não sei… mas deve ter sido, com aquele feitio e aquela mania só pode ter sido ela. Ah, nunca tinhas notado que havia um clima estranho entre ela e o …

Outra: O… (espanto). Mas o… namorava com a … ou já acabaram?

Ela: Acho que não. Uuii, isto vai dar confusão. A… é lixada, se descobre que o… anda a … com a …

Outra: Ih, ih (risinho perverso) Mas (cara de desapontamento) o… não deve saber de nada, afinal cumprimentou a… de beijo…

Ela: Mas sabes que nestas coisas é sempre uma questão de tempo. O… vai acabar por saber… (sorriso malicioso)


NAP

25 julho 2005

Interessante




O Público dava hoje a conhecer um estudo realizado por Luís Sousa Lobo, antigo reitor da Universidade Nova de Lisboa, relacionado com a actividade científica internacional das academias portugueses. Mais particularmente com o rácio professor- número de artigos publicados fora do nosso país.
A Universidade de Aveiro aparece destacada em primeiro lugar com uma média de 1,5 artigos por cada docente de carreira. A Universidade do Minho ( que a imprensa teima em chamar de Universidade de Braga) fica num modesto sétimo lugar com uma média de 0,6 artigos por cada docente de carreira por ano, e atrás da Universidade do Algarve, Porto, Técnico, Nova de Lisboa e Coimbra.
Diz o autor que, embora esteja consciente que o estudo vá causar alguns protestos é necessário "identificar e premiar os centros de excelência"...

NAP

Quase no fim...

A época de exames está quase a acabar.
Muitas contas haverá para fazer.
Se o esforço foi compensado; se o trabalho foi reconhecido; se os objectivos foram atingidos; se... se... se...
Afinal somos estudantes e é esta a nossa obrigação. Exigimo-nos e exigem-nos!
Tempo de balanço para:
  • apreciar o "novo" plano de exames
  • analisar as incidências da avaliação
  • perceber se alguém ganhou com a mudança.
Vamos aproveitar o período de férias para o "descanso do guerreiro" e preparar as mudanças necessárias.
Juntos!!!

JL

24 julho 2005

O regresso de Mário?

NAP

23 julho 2005

Nobelizados

Já que se fala do Nobel e da sua atribuição lembro-me sempre da (grandiosa) injustiça que foi a não atribuição do prémio a Jorge Luís Borges, mas como ele próprio dizia: “Não me atribuírem o prémio Nobel converteu-se numa tradição escandinava; desde que nasci, no dia 24 de Agosto de 1899, que não mo dão”.


E já agora, para quando um prémio Nobel da Medicina para António Damásio e o da Literatura para António Lobo Antunes?


NAP

Da esperança...

Foi-nos dito que tivéssemos esperança, que depositássemos confiança... foi-nos dito que acreditássemos que o país iria melhorar.Tudo bem, não posso julgar um Governo com 130 dias, mas há coisas que começam a ser irritantes. E começamos a pensar: eles estão a gozar com a nossa cara!!!Desde o Eng.º António Guterres que se demitem e readmitem ministros e secretários de estado, até os PM não se têm aguentado muito tempo. Não há coerência, não há continuidade e depois os políticos, que deviam dar o exemplo, não pagam impostos, nem sequer cumprem as obrigações de declarar rendimentos e bens patrimoniais.É preciso aumentar os impostos? Muito bem , façam-no! Mas façam-no para todos!!! A minha avó sempre me disse que onde todos ajudam, nada custa.Querem o voto e o voto de confiança das pessoas, para depois andarem a brincar... Será possível não existir realmente alguém que se mova pelo interesse do nosso país??!!!! Não há nenhum político que queira melhorar este país?!

Olívia Santos

Lobotomias...



Um grupo de norte – americanos, familiares de doentes lobotomizados, vieram a público pressionar a Academia sueca, responsável pela atribuição do Prémio Nobel, para que, num volte face histórico retire o galardão a Egas Moniz.
Recorde-se que Egas Moniz ganhou o Prémio Nobel da Fisiologia (ou Medicina) em 1949 (juntamente com Walter Hesse), pela realização em 1935 da leucotomia: “Moniz constatou que, ao seccionar algumas conexões na substância branca dos lobos frontais dos hemisférios do cérebro, poderia tratar certas doenças mentais”. Mas a lobotomia pré- frontal, usada para o tratamento de psicoses não foi a sua única descoberta, é igualmente do seu labor a descoberta da angiografia cerebral em 1927.
É uma absoluta idiotia esta “pressão”; assim sendo, e se a moda pega, porque não retirar o Prémio Nobel da Física atribuído a Einstein? Afinal de contas foram os seus trabalhos que permitiram a construção de uma bomba atómica, responsável por centenas de milhares de mortos no Japão e pelo clima de terror durante o período da Guerra-fria!

NAP

22 julho 2005

DESNORTE

Já sei que uma análise de conjuntura se faz com estados de coisas e não com estados de espírito. Mas, que raio, isto começa cada vez mais a angustiar-me e a revoltar-me! Então é-nos pedido para:
- pagarmos o IVA a 21%;
- pagar IRS (nos escalão mais elevado) a 42%;
- pagar os combustíveis mais caros;
- apertarmos o cinto e sermos compreensíveis, pois é preciso por as contas públicas em ordem…

e fazem esta asneirada que é prosseguir com os planos de construção da OTA e o TGV, que basicamente não serve para nada.
Campos e Cunha demitiu-se, e as razões pessoais que invocou mais não são do que a vergonha e pudor em compactuar com estes gastos estapafúrdios. Campos e Cunha saiu em confronto com medidas que deitavam, e deitam, por terra todo o seu trabalho.
Campos e Cunha saiu. Se eu estivesse no lugar dele fazia o mesmo.

NAP

15 julho 2005

Triste vida esta...

Nos dias que correm é fácil ser-se suspeito. A sociedade caminha, lentamente, para uma subtíl ditadura ou, pelo menos, para um sistema que pretende moldar de forma igual as consciências individuais, como se de um produto de fábrica se tratasse. A vida neste planeta, neste país em particular é já suficientemente preocupante! Falo de Crises, sociais e económicas, aliás tão na moda; de Doenças; de Violência; de Desemprego; etc.
Como se não bastasse, agora é estupidamente fácil ser-se suspeito. Para tal basta tirar a Carta de Condução e...viajar. Alguém que se decida a iniciar uma simples viagem de Braga até à costa litoral adquire imediatamente o estatuto de suspeito. Isto porque, mesmo sendo um exímio condutor, sem nunca ter posto sequer um cão em perigo, sem nunca ter provocado um acidente, sem nunca ter desafiado o asfalto, sem nunca ter conduzido sem ter a exacta consciência do que é ter o controlo de um veículo motor, resumindo, sem ter qualquer tipo de indício que leve a autoridade, depois de realizado um simples silogismo mental, a agir, pode este condutor perfeito ser alvo daquele infame Acto Administrativo mais conhecido por Operação STOP e todos os que daí poderão decorrer.




O problema poderia ficar por aqui se o Legislador português não fosse MEDRICAS.
Todos os dias as televisões enchem a cabeça das pessoas com números de mortos e feridos nas estradas, como se de uma "Guerra" se tratasse. O Legislador age, enganado, com as políticas de prevenção geral e individual, fazendo punir duramente todos os que, sendo apanhados nesta malha, sejam potenciais criadores de acidentes por, atente-se e pense-se, circularem a mais 10 Khm/h do que o permitido, por falarem ao telemóvel enquanto conduzem ou, recentemente, por terem dado umas passas num charro. Permitam-me ser a carta fora deste baralho.
Este baralho está viciado. Senão veja-se:
Os números de acidentes não diminuem porém o valor das coimas aumenta. Inventam-se novas coimas e o número da acidentes continua igual. Alguém estará a fazer batota?
Penso que sim. Aqueles que redigiram esta lei a que me refiro são os mesmos que, mesmo ganhando mal para a função de deputado, possuem aquele motorista que os retira desta condição de suspeito ou, mesmo que o não tenham, possuem aquele fantástico cartão de deputado que, quando apresentado a um agente da autoridade logo faz prova da sua inocência. E são estes que optam por atribuír a toda a gente a condição de suspeito em vez de punirem severamente aqueles que já tenham efectivamente posto a vida de alguém em perigo por terem culpa em acidentes ou por realmente não terem a noção do que é conduzir sem ser em pista mas em estrada ou até mesmo por, voluntariemente, terem iniciado uma ultrapassagem em cima de uma curva, porque punir drásticamente estes últimos é que seria a concretização correcta das políticas de prevenção geral e individual.



Agora digam-me, onde está a concretização dos princípios de prevençao geral e individual bem como de reinserção, que orientam o direito penal quando pessoas que sempre conduziram com toda a segurança pagam todos os dias coimas por entenderem que circular a mais 20 Khm/H do que o permitido não é um perigo (e não é efectivamente) ou aquelas que, mesmo sob o efeito da mais forte das substâncias psicotrópicas têm toda a noção de segurança rodoviária, enquanto muitas outras que no seu estado normal são um verdadeiro perigo nas estradas passam incólumes e em posição de igualdade com todas as outras. Hoje sinto o que é estar mais à frente que a sociedade. É triste!



Verdadeira prevenção é retirar das estradas todos aqueles que tenham atentado contra o bom senso nas estradas. E...mau senso não é ir a 70 Khm/h na rodovia bracarense ou a 140 Khm/H na auto-estrada...Mau senso é ultrapassar quando é impossível, colar-se à traseira de outro carro em plena auto-estrada, acelarar na passadeira para passar antes do peão, picar-se com outros carros, etc...
Em vez disso o nosso medricas Legislador assusta-se com a obra dramáticamente artística que vê na TVI e dá poderes a homens, que em muitos casos nem a 4ª classe têm, para mandar parar quem bem lhes apetecer e descobrir alguma infracção punível (o que é simples) enquanto na mesma estrada anda um tolinho a pôr em perigo a vida dos outros e, por mero acaso passa despercebido até ter ultrapassado outro numa curva matando os tripulantes do carro que vinha em direcção contrária e cujo condutor até podia ter fumado um charro mas vinha ciente da calma e responsabilidade que deve ter para iniciar a marcha e chegaria calmamente ao seu destino se não fosse o outro verdadeiro perigo que por acaso não bebe nem fuma porém é psicologicamente um potencial assassino.
N
ão me sinto realizado num país assim. Resta-me lembrar que na nossa querida UE países existem em que é possível andar a 300 Khm/H sem cometer qualquer infracção rodoviária. Nesse é aliás proíbido ir na faixa da esquerda da auto-estrada a 120 Khm/H...porque também potencia o perigo...e não se cobram portagens.
C
oncluo apenas que o perigo é muito relativo e também a mente das pessoas e não é por fumar um charro que o condutor irá por em perigo alguém mas sim por ter determinadas características psicológicas, sociais e educacionais. Voltarei a este assunto pois revolta-me profundamente. Quiça contarei aqui algumas peripécias desta vida rodoviária, na 1ª pessoa.

PENDULUM

07 julho 2005

LONDRES 07/07

Em face do horror todas as palavras, mesmo as mais pesarosas, conseguem sempre soar como obscenas. Fico-me pelo silêncio e por uma pergunta:


“Onde vai ser o próximo atentado?”

NAP

OS SOBAS

Confesso que já dei voltas e mais voltas à cabeça e não consigo perceber este arrebatamento popular com os caciques locais. Não entendo. Por favor, algum sociólogo, psicólogo, zoólogo faça um estudo exaustivo e publique, o mais depressa possível, acerca do fenómeno, porque eu não aguento mais um dia sem perceber este enamoramento quase pueril pelos régulos do poder local.
Ponho-me a olhar para figuras como: Fátima Felgueiras, Valentim Loureiro, Ferreira Torres, Alberto João Jardim e não consigo entender que não haja vontade por parte dos eleitores locais de tirar a limpo as acusações, suspeitas, indícios que sobre eles recaem. Pelo contrário, se vem a lume notícia de que a polícia os investiga, ou que contra eles vai ser proposta acção judicial, a populaça une-se para apoiar o edil e corroborar a ideia, expelida pelo próprio, de que tudo não passa de uma armadilha, querem é “lixar” o homem, porque ele (ou ela) “não tem papas na língua”.
Mas o mais curioso é que as pessoas têm efectiva consciência de que se cometem ilegalidades, que há toda uma teia de favorecimentos e de relações mais ou menos dúbias que paira sobre as actuações dos executivos camarários. Mas mesmo assim, com dizeres quase paternais desculpam o cacique, porque afinal “se não fosse ele, seria outro, e (Deus me livre) se calhar ainda pior”. Esta atitude paternalista, de deixar andar, porque afinal nada de muito grave se cometeu (dá ideia de que para os portugueses apenas o que mete sangue e morte é grave), é simplesmente doentia e mostra bem como a atmosfera do poder locar está bafienta. De facto, os dinheiros são públicos e as pessoas não sentem directamente que cada desvio do erário público é um assalto ao bolso dos contribuintes, é um imposto futuro, para alimentar a gigante, ineficiente e inimputável máquina administrativa nacional e local.
Acresce que, e sobretudo nos municípios mais pobres e mais pequenos (como no Alentejo em que certas câmaras são a principal entidade empregadora!), há uma excessiva dependência privada em relação aos municípios, nomeadamente através de vínculos laborais (directa ou indirectamente), de favorecimentos, e bem assim, um certo receio (às vezes temor) de sofrer represálias futuras, designadamente mediante a não concessão de licenças ou autorizações, ou em alguns casos retaliações que põem em risco bens e valores muito mais importantes…
A inexistência de “massa crítica” (de elites), independentes, desinteressadas, capazes de denunciarem abertamente os atentados e atropelos que os municípios realizam, bem como o desconhecimento e/ou renitência em utilizar os meios juridicamente previstos para tutelar os direitos e interesses privados face à administração – o que leva a que muitas vezes se encare uma decisão administrativa como uma inevitabilidade, emanada de um qualquer demiurgo boçal, a despeito desse mesmo acto exalar um pútrido fedor a injustiça e ilegalidade – contribuem para que alguns sobas continuem a reinar em Portugal, dando mau nome e fama àqueles que ainda se regem pelo princípio da legalidade e não têm perspectivas de se perpetuarem em cargos públicos.
NAP

05 julho 2005

Adamastor (versão xenófoba)


Depois de abastardar os jornalistas do continente (e da Madeira) a verve escatológica do Adamastor insular arranjou novo alvo: chineses e indianos. Isto, para mim, parece ser uma proposta clara na internacionalização; sim, porque não basta pedir que as nossas empresas cumpram os objectivos de penetração em mercados externos, é preciso dar o exemplo. Jardim deu-o.
Assino por baixo o que escreve hoje no Público José Manuel Fernandes:
“Valerá a pena comentar os dislates de Alberto João Jardim? Não será isso ir ao encontro do que pretende o soba do Funchal, isto é, propaganda? Depois de tudo o que ao longo dos anos bolsou, sóbrio ou etilizado, mascarado ou engravatado, Jardim nem surpreende. Nem se calhar chega a chocar, pois o hábito enjoa e o homenzinho tornou-se tão insignificante e exótico que já só pelo superlativo da provocação chama a atenção”. (...)

NAP


02 julho 2005

Prognósticos

Vivemos dias de Prognóstico. Como efeito secundário, ou terciário, da droga da crise, lançamo-nos num debate profundo. Já não há "talk-show", entrevista, ou confronto directo que escape a este efeito.

Todos, naturalmente, quando questionados, defendemos projectos que pensamos os melhores. Existe uma grande divergência de opiniões.

Permitam-me aqui acrescentar um degrau naquela célebre premissa popular:

"Prognósticos, só no fim do jogo".

Numa primeira análise esta ideia gera chacota, no mínimo. Porém, quando adicionada a ideia de que o jogo é que interessa, na exacta medida da capacidade de evoluir, produzir riqueza, e gerar equilíbrios sociais, percebe-se que tão parôla personagem pode muito bem ter patenteado uma nova máxima ao nível do "Penso, logo existo" Cartesiano.

É esta nova máxima que pretendo que a sociedade portuguesa adquira.

Necessário é jogar o jogo a nível internacional e pensar para dentro pois assim, criaremos aquilo que no futuro será procurado.

Exportar.

BSA

Angústias

“… a cada resposta que eu dava no exame (…) o professor inclinava-se na cadeira em gargalhadas de público rendido perante um humor que eu me ignorava, Sou um cómico do catrino, pensei…”
António Lobo Antunes, in Conhecimento do Inferno


NAP