26 julho 2005

Uma questão de tempo...

Aqui o vosso escriba não é dado a escutar conversas alheias, mas algumas são feitas tão alto e tão perto que não posso deixar de ouvir:

Ela: Acho que a … acabou com o …

Outra: A sério?

Ela: Tenho quase a certeza… ele deu-lhe um beijo na cara…

Outra: E foi ela que acabou?

Ela: Não sei… mas deve ter sido, com aquele feitio e aquela mania só pode ter sido ela. Ah, nunca tinhas notado que havia um clima estranho entre ela e o …

Outra: O… (espanto). Mas o… namorava com a … ou já acabaram?

Ela: Acho que não. Uuii, isto vai dar confusão. A… é lixada, se descobre que o… anda a … com a …

Outra: Ih, ih (risinho perverso) Mas (cara de desapontamento) o… não deve saber de nada, afinal cumprimentou a… de beijo…

Ela: Mas sabes que nestas coisas é sempre uma questão de tempo. O… vai acabar por saber… (sorriso malicioso)


NAP

7 Comments:

At 26 julho, 2005 21:45, Anonymous Anónimo said...

meu caro Nap, não lhe conhecia esta faceta de Cusco!!!

CCM

 
At 26 julho, 2005 22:05, Anonymous Anónimo said...

O direito a manter na esfera íntima da privacidade muitas das ocorrências que se sucedem na nossa vida é, garantidamente, reconhecido.
Mas...(e há sempre um mas!)
Somos nós que contribuimos para o desvalor deste direito com as mil e uma maneiras com que o maltratamos.
Por isso, não creio que seja "cusquice" a transcrição deste diálogo mas, outrossim, a confirmação dos maus tratos que cada um lhe vai infligindo (ao direito!).
Há conversas que devem ser envolvidas em mil cuidados.
Não estamos sós!

 
At 27 julho, 2005 03:45, Blogger Casino da ELSA said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

 
At 27 julho, 2005 03:46, Anonymous Anónimo said...

Brilhante!

Um neorealismo romancista!

 
At 27 julho, 2005 09:30, Anonymous Anónimo said...

Concordo plenamente com JL...
Quem sabe se o tom da conversa não seria para que "a questão do tempo" se resolvesse mais depressa???

 
At 27 julho, 2005 11:28, Anonymous Anónimo said...

CCM: tive o cuidado de alertar no início não tenho o (ignóbil) hábito de escutar conversas alheias. O que eu transcrevi, e ouvi, só seria cusquice, se tentasse por todos os meios ouvir uma conversa que alguém (no caso duas senhoras) tentavam a todo o custo manter em privado. Ora, tal não é o caso, muito pelo contrário. A conversa foi mantida num tom que de sussuro não tem nada e num local (fila da cantina) que de particular nada tem. Aliás, tenho sérias dúvidas se fui realmente o único a escutar a conversa...

NAP

 
At 27 julho, 2005 19:49, Blogger BigInJapan said...

Com isso tudo fiquei sem perceber quem é que anda a comer quem...

Mas o certo é que quem ficou f*dida [com os exames] fui eu...

*desculpe lá a linguagem, mas isto tem dias... Eu volto com melhores modos, é uma questão de tempo :)

 

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