É notícia que a edição deste ano da enérgica Love Parade foi cancelada.
Passados quinze anos da primeira, em 1989, e depois de cerca de 10 milhões de pessoas por lá terem dado um pézinho de dança anuncia-se agora um interregno de pelo menos um ano. Faltam "condições económicas que garantam a sua qualidade", um factor inalienável pelos alemães responsáveis pela
Parade. Isto porque assegurar um evento daquela envergadura não é fácil, nem mesmo para os mestres da organização que uma cidade como Berlim pode pagar. Falo não só na promotora do evento mas também em todas as entidades públicas, semi-públicas e privadas que alicerçam esta ideia. Pelo menos Alicerçavam...
Sendo em primeira análise uma festa de uma cultura em crescendo na década de 90, pouco condizente com a cultura adulta e austera alemã, o certo é que a mesma catapultou Berlim para um dos centros desta cultura na Europa, o que obrigou o Estado alemão, nas suas diferentes formas, a permitir e mesmo a publicitar os exageros de uma juventude neste cortejo popular.
Grandes nomes alemães como Adam Beyer, Chris Liebing ou Sander Kleinenberg foram projectados internacionalmente, como ícones de uma juventude, pelas principais televisões de música alemã. A cultura
rave expandiu-se em número e qualidade.
O Presidente da Câmara de Berlim deve estar certamentre triste pois o seu grande sambódromo para o mundo, que apagava a imagem fria e calculista do povo alemão e da sua terra desapareceu...Será também a crise a chegar ao centro do poder económico europeu em proporções até agora nunca vistas? O que os levou a deixar entrar em coma, senão mesmo morrer um
revéillon que fazia entrar em Berlim cerca de 500 000 turistas em 24H que alegremente dançavam com mais 500 000 mil locais perfazendo cerca de 1 milhão nas ruas de Berlim, um décimo da nossa população?
BSA