“Não haverá renegociação!”
Declarou, expressamente, o presidente em exercício da União Europeia, o primeiro-ministro luxemburguês Jean-Claude Junker, para o caso de um país rejeitar o Tratado Constitucional.
“A Europa precisa deste Tratado Constitucional que poderá não ser perfeito. Mas não conheço um Tratado que o seja” – disse.
Já tivemos de aguentar um conjunto de individualidades liderado por um suposto iluminado que, juntos, se deram ao incómodo de fazer algo que foi para além do que lhes havia sido pedido. Agora temos de levar com este outro iluminado que ainda não percebeu que a Europa percorreu todo este caminho sabendo o que queria para si em cada momento.
O que acontece é que os interesses destes poucos não confluem nem são coincidentes com os de todos. Os eurocratas estão com demasiada ansiedade, demasiada sede do que ainda não percebemos muito bem o quê.
As razões para o “sim” na França são as mesmas utilizadas pela campanha do “não” na Inglaterra. Outros países já questionam se fará sentido fazer o referendo depois do previsível “não” da França. Entendam-se e façam-nos entender. Caso contrário, a Europa, i.e., os cidadãos de cada um dos países encarregar-se-ão de fazer perceber a estes senhores que não precisam que lhes ensinem o caminho. E não serão as ameaças para a decisão do Conselho Europeu que farão os eleitores mudar a sua intenção de voto no referendo.
Ainda sob os efeitos de Abril: “O Povo é quem mais ordena!” – gostem ou não.
JL
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