06 março 2005

ADM. PÚBLICA E O DEFICIT

Assisti, curioso e interessado, à entrevista do Dr. António Borges (AB) à SIC Notícias, no passado dia 05 de Março. Ainda não se conhecia a constituição do novo governo e todos esperávamos para saber quem ocuparia a pasta das finanças. À pergunta de como resolver o problema do deficit respondeu que a prioridade deveria passar pelo controlo da despesa e pela eficiência da máquina fiscal na cobrança dos impostos.
Afinal todos comungam dos mesmos objectivos!
Estava eu envolvido em plena cogitação quando dei comigo a recordar as palavras que o CEO de um dos maiores grupos financeiros mundiais, Maurice R. Greenberg – American International Group – mandou gravar no átrio do edifício sede da organização:

“Nenhuma despesa é suficiente pequena para não merecer a nossa maior atenção!”
Na comunicação que fez a todos os funcionários do grupo fazia dois exercícios, a título de exemplo.
Com as devidas adaptações, aplicá-los-ei à Adm. Pública.

Exemplo 1:

Funcionários públicos – 750.000 (?!)
1 chamada telefónica privada por dia (rede fixa) – Custo 0,08 euros
Dias úteis de trabalho – 220

Custo anual = 13.200.000,00 euros

Exemplo 2:

Uso diário e desnecessário de 1 folha de papel A4
1 resma de papel (500 folhas) – Custo 2,50 euros
Dias úteis de trabalho – 220
Resmas de papel desperdiçadas / dia = 1 500
Resmas de papel desperdiçadas / ano = 330.000

Custo anual = 825.000,00 euros

Quase 3 milhões de contos!!! Dá que pensar!?
Sabendo como se constrói um OGE, de base incrementalista, é preciso alterar muita coisa.
Volto à entrevista para registar que AB declarava a urgência de introduzir na Adm. Pública racionalidade e critérios de gestão. E, sem nunca o dizer expressamente, apelava para a importância de se construir um OGE de base zero.
O jornalista, por não ter captado o alcance da mensagem, deixou passar a oportunidade.
Mas AB, não. Foi mais longe ao declarar que, só depois disso, faria sentido falar de redução do número de funcionários públicos.
Só a miopia de políticos impreparados e cegos pelo poder é que impede a verdadeira revolução que ainda ninguém ousou fazer na Adm. Pública.
A chegada do Prof. Campos e Cunha é uma boa notícia.

Assim tenha coragem de fazer e ouse inovar.

JL

1 Comments:

At 06 março, 2005 21:37, Anonymous Anónimo said...

o regresso de JL...
ja tinhamos saudades...

samyroad99

 

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