10 abril 2007

Surpreendidos? Talvez não!

A avaliação não faz parte (ou não fazia!) do código genético da Administração Pública (AP).

Todos a olhavam de soslaio, desprezando-a e até ridicularizando aqueles que nela depositavam alguma importância como instrumento objectivo de análise.

Mas agora temos um político que, teimosamente, entendeu que era chegado o momento de renovar/reduzir a estrutura da AP. Assente em que pressupostos?

Naturalmente, naqueles que durante anos vigoraram. Os da avaliação!

Com que resultados? Bastará acompanhar as reacções proteccionistas das organizações sindicais que agora vêm dizer que o modelo de avaliação não deve ser considerado válido porque eivado de distorsões, de subjectividade.

Por que pactuaram com o modelo de avaliação que, ano após ano, atribuía a classificação de "Muito Bom" e de "Excelente" à generalidade dos funcionários e agentes da AP?

Por acaso estariam convencidos que a nossa AP era constituída por uma excelência dificilmente comprovável?

Depositada a responsabilidade de seleccionar aqueles que deverão integrar o regime da mobilidade especial sobre os ombros das chefias directas, é chegado o momento da verdade!

São todos "Muito Bons" e até "Excelentes"! Mas uns mais que outros!

Porque ninguém consegue perceber a objectividade do procedimento, assistimos a este corropio de providências cautelares qual prática desportiva que "virou moda", nas palavras do autarca Rui Rio.

Onde andavam os estrategos do sindicalismo?

Por acaso estariam convencidos que estavam a coberto da inevitabilidade dos tempos?

O tempo de hoje é o da excelência, da competitividade e da produtividade.

Já não há lugar para parasitismos funcionais como aqueles a que continuamos a assistir de cada vez que somos obrigados a recorrer aos serviços, ditos, públicos.