Discutir ideias
(Aproveitando o ensejo do JL)
Já por mais de uma vez me colocaram a pergunta: “mas afinal tu és de esquerda ou de direita”? E sempre que a ouço lembro-mo dos idos tempos do recreio da escola primária, em que perguntávamos: “és do Porto ou do Benfica”? Como se tudo se resumisse a isso: “és do PS ou do PSD? Gostas mais do PC ou do CDS?” Como se alguém fosse geneticamente puro em matéria ideológica ou como se um partido fosse capaz de abranger a plêiade de sensibilidades, opiniões e idiossincrasias de um indivíduo.
Aderir ou simpatizar com um partido é algo que se faz por aproximação. Isto é, acredito que a identificação com um partido se faz através da verificação da maior ou menor área de intersecção entre aquilo que é o meu círculo ideológico e o do partido. Não concebo, pelo menos na maioria dos casos, que entre aquilo que é a doutrina partidária e o pensamento pessoal de alguém haja uma coincidência exacta.
Outra coisa diferente é a forma como se faz essa aproximação. Como é que alguém se começa a identificar com um grupo político? Fico sempre com a sensação que a simpatia, ou a defesa mais intransigente, de um determinado ideário político tem na sua génese – na esmagadora maioria dos casos, pelo menos – mais de emotivo e clubístico do que propriamente um apurado exercício racional. Discutem-se partidos, pessoas, acções, mas raramente se discutem as ideias enformadoras de um grupo partidário.
Mas se se tornou um lugar comum dizer que os partidos são cada vez mais pragmáticos e menos ideológicos, parece também ser verdade que as pessoas se interessam cada vez menos em discutir ideias.
Discute-se as medidas avulsas de um governo; a posição solta de um determinado partido em relação a uma questão que surge na ordem do dia. Mas já ninguém parece muito empenhado em discutir o que significa, aqui e agora, “direita e esquerda”. O que é o socialismo? O que é dizer-se que se é de direita? O que distingue um liberal de um conservador? O que é a social-democracia ou a democracia cristã? Quais as diferenças entre uma ideologia socialista e social democrata? E, perguntar, como já o têm feito algumas pessoas, se este paradigma “esquerda – direita” ainda faz sentido no contexto político partidário português. Ainda faz?
A discussão do quadro ideológico que serve de matriz a um partido não parece ser um exercício apelativo, mas teria o mérito de clarificar as águas. Neste sentido: se escolher defender, votar e apoiar um determinado partido, o qual tem um programa ideológico claro, discutido e conhecido, pelo menos sei se, em menor ou maior grau, me identifico com ele, e, razoavelmente, conheço o que aquele partido pretende fazer se chegar ao governo.
O que é que se conhece da ideologia partidária hoje?
Aderir ou simpatizar com um partido é algo que se faz por aproximação. Isto é, acredito que a identificação com um partido se faz através da verificação da maior ou menor área de intersecção entre aquilo que é o meu círculo ideológico e o do partido. Não concebo, pelo menos na maioria dos casos, que entre aquilo que é a doutrina partidária e o pensamento pessoal de alguém haja uma coincidência exacta.
Outra coisa diferente é a forma como se faz essa aproximação. Como é que alguém se começa a identificar com um grupo político? Fico sempre com a sensação que a simpatia, ou a defesa mais intransigente, de um determinado ideário político tem na sua génese – na esmagadora maioria dos casos, pelo menos – mais de emotivo e clubístico do que propriamente um apurado exercício racional. Discutem-se partidos, pessoas, acções, mas raramente se discutem as ideias enformadoras de um grupo partidário.
Mas se se tornou um lugar comum dizer que os partidos são cada vez mais pragmáticos e menos ideológicos, parece também ser verdade que as pessoas se interessam cada vez menos em discutir ideias.
Discute-se as medidas avulsas de um governo; a posição solta de um determinado partido em relação a uma questão que surge na ordem do dia. Mas já ninguém parece muito empenhado em discutir o que significa, aqui e agora, “direita e esquerda”. O que é o socialismo? O que é dizer-se que se é de direita? O que distingue um liberal de um conservador? O que é a social-democracia ou a democracia cristã? Quais as diferenças entre uma ideologia socialista e social democrata? E, perguntar, como já o têm feito algumas pessoas, se este paradigma “esquerda – direita” ainda faz sentido no contexto político partidário português. Ainda faz?
A discussão do quadro ideológico que serve de matriz a um partido não parece ser um exercício apelativo, mas teria o mérito de clarificar as águas. Neste sentido: se escolher defender, votar e apoiar um determinado partido, o qual tem um programa ideológico claro, discutido e conhecido, pelo menos sei se, em menor ou maior grau, me identifico com ele, e, razoavelmente, conheço o que aquele partido pretende fazer se chegar ao governo.
O que é que se conhece da ideologia partidária hoje?
NAP
2 Comments:
Para discutir ideias é preciso tê-las. E você, um pseudo- intelectualzinho rasteiro, de ideias é um deserto. Tem umas coisinhas coladas a cuspo.Nada mais.
Lamentavelmente,caminhamos rumo a uma sociedade infértil em ideais,vazia de conteúdo,neutral em posições...
Bem melhor seria que fossemos todos do meio...na opinião de alguns,já que desta forma a sua mediocridade passaria despercebida.
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