23 novembro 2006

SEM QUOTAS

É interessante observar que, de há uns tempos a esta parte, muitas têm sido as mulheres que emergem como figuras cimeiras na política interna dos seus respectivos países. Desde Angela Merkel, que lidera na Alemanha a coligação CDU-SPD, a Michel Bachelet, a primeira mulher a ser eleita presidente do Chile.
Nos EUA, Condi Rice, pelos Republicanos e Hillary Rodham Clinton, pelos Democratas, podem muito bem disputar umas presidências inéditas.
Agora, é a vez de Ségolène Royal, que após ganhar as primárias socialistas em França se prepara para disputar as presidênciais com a Direita (Sarkozy?). E, a acreditar nas sondagens e análises políticas, a sua eleição interna ter-se-à devido, em grande medida, à sua capacidade de ser eleita face a um candidato de direita. Aliás, toda a campanha que fez nas primárias se pautou por uma constante demarcação face aos candidatos masculinos. Beneficiando, inteligentemente, dos remoques machistas que aqui e ali se iam fazendo ouvir. Enquanto eles vestiam o tradicional fato preto, ela, mulher, vestia branco imaculado, como dizendo que nada tem que ver com os outros candidatos.
Política no feminino? Não sei. Mas o que sei, e acho interessante, é que nenhuma destas senhoras foi eleita com base em quotas.

NAP