11 dezembro 2004

SUPER MÁRIO


Fez esta semana 80 anos que nasceu Mário Soares. Filho de João Lopes Soares,

profundo republicano, foi criado e imbuído dos valores da liberdade e da
democracia desde cedo. Pôde, ainda, (verdadeiro privilégio) gozar da
companhia do filósofo Agostinho da Silva na descoberta do mundo e de muito
daquilo que iria formar a sua identidade.
Desde os seus tempos de estudante que Soares mostrou ser um activo resistente
contra a ditadura. Chegou a pertencer ao PCP, numa altura em que a luta contra
o regime se confundia com o próprio PCP. Integrou igualmente a candidatura de
Norton de Matos à Presidência da República, em 1949, e quase dez anos depois
(1958) fez parte do comité que apoiava a candidatura de Humberto Delgado à
chefia do Estado.
Como advogado representou a família do "general sem medo" após o seu
assassínio (perpetrado pela PIDE) e defendeu inúmeros prisioneiros
políticos. A sua activa militância pela liberdade e contra o regime fizeram
com que fosse preso doze vezes, sendo mesmo deportado para S. Tomé e Príncipe
em 1968 sem julgamento. Em 1970 exila-se em Paris, onde escreve "Portugal
Amordaçado" e onde poderia alertar o Mundo para o que se passava em
Portugal. Em 1973 na Alemanha Ocidental é criado o Partido Socialista tendo
Soares sido eleito secretário-geral.
Com o 25 de Abril Soares regressa a Portugal e foi claramente o líder do
afastamento das pretensões totalitárias de esquerda, objectivo conseguido com
o 25 de Novembro. È ministro dos Negócios Estrangeiros, Ministro sem pasta, e
um dos responsáveis pelo processo de descolonização. Processo que muitos
apontam como desastrado e em que Soares, juntamente com Almeida Santos, teve
grandes responsabilidades. Ainda há muito por explicar relativamente à
descolonização. Almeida santo já prometeu um livro, espero por ele para
poder comentar melhor. Resta saber se era possível fazer mais ... Soares foi
ainda Primeiro-ministro várias vezes em 1976-77, 1978 e 1983-85, período
durante o qual foi acusado de meter o socialismo na gaveta e governado à
Direita. Teve igualmente um papel importante na adesão de Portugal à CE.
Em 1986 concorre à Presidência da República e ganha, exercendo o cargo por um
segundo mandato até 1996. Quando todos pensavam que estava na altura de Mário
Soares parar eis que é eleito deputado europeu.
A actividade de Soares é impressionante, durante toda a vida lutou sempre pela
liberdade e pela democracia, palavras que hoje deitamos pela boca fora e que a
ele, e a muitos outros, custaram tanto. Duvido muito, mas mesmo muito que as
páginas dos livros de História o remetam para uma nota de rodapé. Terá, ao
invés, honras de cabeçalho, com corpo de texto desenvolvido, e com a seguinte
conclusão: "Mário Soares: um dos maiores políticos portugueses do século
XX e provavelmente aquele que mais batalhou pela liberdade e instauração do
regime democrático em Portugal".


NAP

5 Comments:

At 11 dezembro, 2004 14:11, Anonymous Anónimo said...

Super Mário??? Super?? Super quê???
Não se brinque com coisas sérias...

Isto, a que algumas pessoas chamam indivíduo, e outros dejecto humano, tem, desde a sua origem, um modo de vida bastante singular mas que em nada é pautado por princípios...
Comece-se pela sua concepção, onde o pai, padre, renega o hábito procriando com uma mulher, dando à luz tal rebento...
Início auspicioso de uma vida marcada por princípios...

Com uma educação certamente esmerada e com o ditoso exemplo do pai, estuda na Universidade de Lisboa (Faculdade de Letras, Ciências Histórico-políticas e Direito), onde é abordado pela maçonaria que, certamente atraídos por uma falta de carácter evidente, sede de poder e ódio contra tudo o que representava a autoridade, o convidam a pertencer a um dos seus ramos(provavelmente o vermelho -maçonaria francesa de facção interventiva directa), que viria a servir como um dos mais zelosos lacaios.
Inicia o seu trilho defendendo tudo o que eram inimigos do regime, candidatando-se seguidamente em vários actos eleitorais, o que teve os resultados esperados para tal luminária: zero (na altura ainda não tinha a máquina informativa (ou desinformativa) a tecer-lhe loas e fazendo de tal tumor social um "grande estadista").
É preso e deportado, certamente porque uma mente tão pútrida estaria a infectar os ares de Portugal.
Em 1970, estabelece-se em Paris, dando azo aos seus ideais(???) e causas políticas(???), onde, de tão ocupado, ia ao cinema três vezes ao dia. Finalmente, é graças aos seus contactos secretos (maçonaria) que chega a Secretário Geral do recém criado Partido Socialista, mantendo, no entanto, o cadáver longe de Portugal não fossem confundi-lo com um mamute e enfiá-lo no zoo de tão inchado andava a ficar (devido ao estilo de vida recatado e pouco dado a luxúrias) .
O resto da vida é sobejamente conhecida, mal se deu o golpe de estado volta a Portugal, onde ao contrário do que se diga, não afastou as pretensões totalitárias de esquerda, porque era impossivel esta implantar-se num povo de brandos costumes como o nosso, mas serviu apenas como o melhor entre dois pratinhos de dejectos que nos eram dados a escolher...
Conduz um brilhante processo de descolonização em Àfrica, criando o país com maior número de mutilados no mundo e um dos mais pobres, só citando Angola e Moçambique. Os nossos antigos cidadãos devem-se fartar de gritar liberdade, sempre que uma mina rebenta e mata mais uma criança, ou quando tomba outra inerte à custa da sub-nutrição... Isto tudo para que algumas super-potências lá pudessem implantar as suas indústrias de diamante, ouro, etc.
Este altruísta político, ou antes Pulhítico, conseguiu ainda lucrar com tal descolonização vendendo armamento aos partidos beligerantes, e recebendo marfim e diamantes (aliás o seu filho, outra eminentíssima figura da nossa praça, foi encontrado em África à beira de um avião que se tinha despenhado, quase inteiramente coberto de marfim e armamento bélico, que tal rebento negociava em nome do pai...) Desde então os seus sólidos serviços à maçonaria internacional teem-lhe granjeado tachos atrás de tachos e uma cotação e reputação criada à custa de uma màquina informativa perfeitamente dominada por tal sociedade.
Eis o "making of" de um crápula, ou nas cabeças dos mais ingénuos, do Super Mário!!!

 
At 11 dezembro, 2004 16:16, Anonymous Anónimo said...

ilustre anónimo,

“A virulência” deste comentário “merecia honras” de uma posta...

um abraço,

SaMyRoad99

 
At 11 dezembro, 2004 17:20, Blogger Sónia Monteiro said...

Eu não diria virulência, diria frontalidade e coragem de ousar ser diferente e pensar diferente de todas essas mentes feitas ou (tele)feitas que infelizmente abundam por cá. É fácil não pensar, é fácil deixar-se ir pelas ideias dos outros, pela conjuntura e até pela própia moda... É dificil ousar ser e pensar diferente, e rejeitar a venda que muitos, diariamente, nos tenta (im)pôr, porque quem assim o é colocado automaticamente de lado ou mesmo ridicularizado...

 
At 12 dezembro, 2004 03:49, Anonymous Anónimo said...

Aqueles que vivem na ilusão de viverem numa plena democracia que tentem abstrair-se um pouco do controlo que os meios de comunicação social exercem e pensem nos diversos casos politicos que acontecem... É triste viver empurrado por outros e mais triste ainda é não querer pensar ... apenas ser mais um autómato que acorda para a sua rotina. vejam o que pensavam que teríamos depois do 25 de abril e o que temos agora... A censura continua ... Talvez pior porque alegadamente ninguém sabe de onde ela vem ... mas há ... quem controla os media que o diga... Ousar ser diferente não é para todos ... nem todos conseguem sacudir o seu horizonte redutor, sendo autenticos glutões do que lhes é fornecido sem pararem para reflectir. A superioridade atinge-se no génio não na estagnação banal a que assistimos impávidos e serenos porque vivemos numa democracia! A MELHOR FORMA DE GOVERNO

 
At 21 dezembro, 2004 01:32, Anonymous Anónimo said...

Fico realmente estupefacto com a barbaridade das palavras aqui proferidas.. Temos censura, talvez pior que antes do 25 de Abril? Mario Soares referido quase como um menino queque que se limitou a ver a vida a passar?.. É realmente pena que todos os que responderam a este post n pudessem ter tido a oportunidade de realmente viver os tempos anteriores ao 25 de Abril pra virem então a descobrir qual o real teor daquilo que pretendem apresentar como quase nada, que foi a vida do realmente Super Mário Soares e o real valor que ele representou para Portugal.. É realmente uma vergonha descobrir ainda nos dias de hoje que haja alguém que considere vivermos tempos piores que o 25 de Abril.. Realmente é bravo criticar o conformismo e os pensamentos pré-estabelecidos, mas parece estar tambem na moda a critica facil e acusatoria de tudo e de todos.. Os laranjinhas que se acalmem, não se trata aqui de homenagear um partido, mas um grande homem, que viveu para o País, num partido virado para o aspecto social, aspecto que parece estar actualmente descurado de um outro que se diz social e democrata..

 

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