05 março 2007

Esperar para ver!

A Assembleia Geral dos Accionistas da PT vai começar. Está em causa a desblindagem dos estatutos que poderá viabilizar a OPA.

Do lado de fora, as televisões mostram a chegada dos accionistas quais actores para uma noite de óscares.

À margem, os representantes dos trabalhadores manifestam-se contra a OPA: bandeiras, faixas, cartazes e palavras de ordem. Nesta guerra encontraram aliados: aqueles que dizem defender uma das (dizem eles) bandeiras da economia portuguesa.

O alvoroço aumenta com a aproximação dos que constituem o núcleo duro que vai votar contra e matar a OPA.

Surpresa! Os trabalhadores aplaudem, abraçam e saúdam os representantes daquele núcleo duro! As manifestações de regozijo aumentam ante a presença do Administrador!

Como se pode ser tão ingénuo nestas circunstâncias?

Os investidores buscam a remuneração dos seus capitais!
O capital não tem cor nem bandeira!

Com o mesmo zelo com que agora defendem o que acreditam ser um ataque aos seus interesses, amanhã defenderão a redução de custos que possa garantir uma óptima remuneração do seu capital.

E se isso significar a redução de postos de trabalho ou a alteração das regras quanto às condições que agora usufruem os trabalhadores, mostrar-se-ão igualmente implacáveis.

Não há almoços grátis!