Esperar para ver!
A Assembleia Geral dos Accionistas da PT vai começar. Está em causa a desblindagem dos estatutos que poderá viabilizar a OPA.
Do lado de fora, as televisões mostram a chegada dos accionistas quais actores para uma noite de óscares.
À margem, os representantes dos trabalhadores manifestam-se contra a OPA: bandeiras, faixas, cartazes e palavras de ordem. Nesta guerra encontraram aliados: aqueles que dizem defender uma das (dizem eles) bandeiras da economia portuguesa.
O alvoroço aumenta com a aproximação dos que constituem o núcleo duro que vai votar contra e matar a OPA.
Surpresa! Os trabalhadores aplaudem, abraçam e saúdam os representantes daquele núcleo duro! As manifestações de regozijo aumentam ante a presença do Administrador!
Como se pode ser tão ingénuo nestas circunstâncias?
Os investidores buscam a remuneração dos seus capitais!
O capital não tem cor nem bandeira!
Com o mesmo zelo com que agora defendem o que acreditam ser um ataque aos seus interesses, amanhã defenderão a redução de custos que possa garantir uma óptima remuneração do seu capital.
E se isso significar a redução de postos de trabalho ou a alteração das regras quanto às condições que agora usufruem os trabalhadores, mostrar-se-ão igualmente implacáveis.
Não há almoços grátis!
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