Paulo Portas
Há alguns anos atrás Vasco Pulido Valente, com a lucidez que o caracteriza, vaticinou que o grande sonho de Paulo Portas era ser presidente do PSD (ou não tivesse ele militado nas "juventudes" laranjas).
Os anos passaram. Portas foi eleito líder do PP (depois de jurar a pés juntos que jamais enveredaria pela política), aumentou a percentagem de votos nas legislativas do respectivo partido e, mediante a aliança com o PSD, conseguiu a pasta da defesa. Desfeita a aliança- e o governo-, reduzido o PP a dígitos menores nas eleições, Portas (literalmente) deu lugar a Ribeiro e Castro. Mas, sentado na bancada, soube sempre que os homens que o rodeavam eram os seus. Portas nunca deixou de ser o presidente.
Agora, ei-lo de novo. Propõe-se a candidato à liderança dos democratas cristãos, mas como isso já cheira a requentado, vai mais longe: quer mudar o nome do partido, os símbolos, as cores e o programa. Portas quer um novo partido, ambicioso o suficiente para albergar a sua própria ambição. Portas quer mais votos, mais deputados, mais poder. E sabe que só conseguirá tudo isso aproximando-se do centro (leia-se PSD). Portas quer sobrepôr-se, dentro do possível, ao PSD.
Se não consegues vencê-los junta-te a eles.
NAP
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