05 novembro 2006


"Saddam Hussein foi condenado à pena de morte por enforcamento. A sentença daquele que é considerado o julgamento do século foi lida esta manhã, em Bagdade, numa sessão que durou cerca de 40 minutos.
O ex-ditador reagiu com indignação à decisão do alto tribunal iraquiano. Em voz alta Saddam declarou que "Deus é Grande" e gritou " longa vida para o Iraque". O ex-presidente iraquiano foi considerado culpado pela morte de 148 xiitas na década de 80, na sequência de uma tentativa de assassinato de Saddam. O ex-ditador, de 69 anos, pode ainda recorrer da sentença. Os restantes sete arguidos também já ouviram a sentença do tribunal. A pena de morte por enforcamento foi também sentenciada a um meio-irmão de Saddam Hussein, chefe dos serviços de informação do Iraque na altura dos crimes. A mesma sentença teve o antigo presidente do tribunal revolucionário iraquiano. O ex-vice presidente iraquiano foi condenado à prisão perpétua. Três réus foram condenados a 15 anos de prisão. Apenas um dos réus foi absolvido.
Em Najaf, dezenas de iraquianos saíram à rua para festejar a pena de morte aplicada a Saddam Hussein. Os manifestantes gritaram "morte a Saddam", poucos minutos depois de ter sido lida a sentença. Dezenas de carros encheram o centro de Najaf, onde foram queimadas bandeiras com o rosto do antigo presidente do Iraque. "
in Sic on line
NAP

6 Comments:

At 05 novembro, 2006 13:16, Blogger Marco Aurélio said...

Elsa

Faltam agora o Pinochet , Bush pai e filho e mais uns poucos facínoras ainda vivos!
Gosta de desafios?

Um abraço

Marco Aurélio

 
At 06 novembro, 2006 15:18, Anonymous Anónimo said...

E ainda ouvi eu pessoas dizerem "Os iraquianos eram felizes com Saddam"...

 
At 06 novembro, 2006 16:24, Anonymous Anónimo said...

A morte parece-me muito pouco para um ditador como ele, talvez um alivio. Não posso dizer que não concorde com a sentença, porque concordo, mas podiam fazê-lo sofrer como ele fez ao iraquianos.

 
At 07 novembro, 2006 14:34, Anonymous Anónimo said...

Matem,esfolem,imolem,decapitem,trocidem...!
Afinal somos uma Democracia e o bastião dos Direitos Humanos!

p.s. este é o tipo de alunos de Direito que, supostamente, deveriam pugnar pela defesa intransigente da dignidade humana... seja de quem for.
Não me parece sensato que estes senhores surjam numa barra de tribunal defendendo um eventual homicida ou pedófilo já que demonstram uma total incapacidade para descernir sobre o que é justo e injusto, certo ou errado. Saddam é um indívíduo execrável, tal como Bush.Cada um,à sua maneira, tem as mãos cobertas de sangue, no entanto, um fazia-o sem vergonha e o outro está sob uma capa de legitimiação democrática.
1º exige-se a prisão perpétua,depois a morte, mas no final de contas tudo isto parecerá pouco...certo dia acordaremos e constataremos que vivemos num mundo igual ao daqueles que criticamos pelo seu desrespeito ao Homem.
Pessoalmente, é tão condenável o que Saddam fazia nos seus cárceres como aquilo que se fez em Abu Grahib, pelos amaericanos.é tão condenável a tortura de Kim, como os raptos e torturas sistemáticos dos senhores da CIA.
A morte de Saddam não ressuscitará as milhares de vítimas deste senhor e o regozijo inicial cessará e surgirá uma nova sede de vingança.
Penso que os senhores que me antecederam neste comentário não lograram, em todos estes anos de vida, fazer a distinção entre vingança e Justiça.
Pudera! Não é algo que se ensine nos bancos da universidade nem vem expressso taxativamente num qualquer código.Faz parte da vivência de cada um.é algo que se vai construindo ao longo dos tempos.
No vosso lugar, estaria deveras preocupado.
não posso concluir sem demosntrar a minha preocupação pelo facto deste julgamento ter "aparentado" um cariz político.
Até mesmo Saddam merecia um julgamento justo.
Afinal, são esses os valores que nos distinguem dele.

 
At 07 novembro, 2006 20:47, Anonymous Anónimo said...

Caro anónimo,

Finalmente concordo, em parte, com o que diz!
De facto, posso dizer-lhe, sem qualquer tipo de dúvidas, que nenhum indivíduo, por mais execrável que seja, deve ser condenado à morte, independentemente das acusações que tem contra si.
Em primeiro lugar, porque não podemos permitir ao Estado que delibere acerca do bem vida seja em que situação for.
Depois porque, e como bem aprendemos na cadeira de direito penal, o objectivo primordial de qualquer pena não é punir o indivíduo pelo crime em si, mas sim restabelecer a paz jurídica e reintegrar o indivíduo na comunidade.
Para além disso, há sempre lugar para o erro em qualquer condenação. Isto para além de outras razões filosóficas, que não interessa desenvolver aqui...
Todos nós sabemos o ser monstruoso que era Saddam, mas não o podemos tratar da mesma maneira que ele tratou as suas vítimas, ou cairemos no campo da vingança e da irrazoabildade, o que nos leva para caminhos perigosíssimos...

PIZUNI

 
At 09 novembro, 2006 00:03, Anonymous Anónimo said...

"objectivo primordial de qualquer pena não é punir o indivíduo pelo crime em si, mas sim restabelecer a paz jurídica e reintegrar o indivíduo na comunidade."

Uma das teorias dos fins das penas, defendidas pela maioria dos penalistas. Nao sendo a única. E na minha opiniao, nao se pode dizer qual está certa e qual estará errada.

Mas, chamo a atenção, para o facto de que, na minha opinião, reintegrar um indivíduo na comunidade, é realmente um objectivo muito nobre, porém em muitos casos...utópico. E no caso em apreço, ou seja no caso do Saddam, nao me parece que alguém acredite que esse indivíduo possa ser algum dia, reintegrado numa comunidade.

Com isto nao quero dizer que defendo a pena de morte. Muito pelo contrário e a razão primordial é a sua irreversibilidade. Pois, como muitas vezes se cometem erros(também na Justiça), nunca se poderia voltar atrás com a decisão. O que neste caso, penso que não haverá nenhum erro nas acusações feitas contra Saddam.

Como é lógico, cada um tem direito a ter a sua opinião. E neste tipo de assuntos, nao me parece que seja certo afirmar que uma opinião seja correcta ou incorrecta.

 

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