04 outubro 2006

"Ameaça inaceitável"

O Departamento de Estado norte-americano, através de um dos seus porta-vozes, Sean McCormack, declarou que o ensaio nuclear estudado pela Coreia do Norte é uma "ameaça inaceitável".
É de importancia extrema sublinhar que sou, como penso que devemos ser todos, contra as armas nucleares (não a energia nuclear, entenda-se) e que, decorrente daí, condeno a construção, uso ou teste de qualquer tipo de engenho nuclear. Infelizmente, quem comanda o poder político em todo o mundo não pensa assim...

Realçada está, de modo breve, a minha consideração ao uso de poderio bélico desmesurado para o planeta, como o são as armas nucleares. Indo ao cerne do post, introduzido pelo primeiro parágrafo, o objectivo é, desde logo, demonstrar mais uma vez a tendência pistoleira dos nossos amigos EUA. Se o seu Departamento de Estado declara que é uma ameaça inaceitável um teste nuclear então está a assumir, à partida, dois factos relevantes. Por um lado, mostrando a sua veia pistoleira e imperial, assumem logo que tal teste é uma ameaça não colocando sequer a hipótese de Pyongyang estar apenas a cuidar de saber se o seu material está pronto para ser usado correctamente em caso de catástrofe planetária (como seria caso esse cenário fosse contruído) e não tem qualquer intenção de ameaçar os EUA mas sim de saber e fazer com que os outros saibam que tem todo o material pronto a ser usado...eu arrisco-me a dizer que tem de haver esse contrapeso da balançao imperial, talvez preferisse o Presidente iraniano...Por outro lado, o facto de a ameaça ser oficialmente adjectivada de inaceitável relaciona ambos os factos relevantes na medida em que, se rodarmos a esfera do problema, Pyongyang ainda terá mais razões para testar todas e mais algumas armas quando tem um pistoleiro a dizer aos amigos todos que acha inaceitável e ameaçadora a sua atitude.

BSA

1 Comments:

At 11 outubro, 2006 17:58, Anonymous Anónimo said...

A proliferação de armas nucleares constitui uma derrota e um retrocesso para a Humanidade.
Contudo, o défice de princípios orientadores por parte das grandes potencias,tendo em vista a consagração mundial possibilitam que o tratado de não proliferação seja uma mero corolário do estado de hipocrisia latente no âmbito das nações.
Veja-se o caso das potências nucleares PAQUISTÃO E ÍNDIA, as quais já se deglariaram com ameaças ao recurso à bomba da vergonha.Contudo, estes são aliados poderosíssimos dos E.U.A. e pontas de lança no seio de uma política detituída de valores tendente ao domínio global.
Poucos sabem que a Humanidade esteve tão perto da catástrofe universal aquando do último conflito latente entre estes 2 vizinhos. Considerando que estes são o berço de conflitos mutli étnicos constantes nos quais grassa o extremismo, seria no mínimo exigível que a comunidade internacional marcasse uma posição.
Porém, não podemos olvidar que a Índia representa a "maior democracia do mundo" (seja lá isso o que for...), nação emergente do fundo do extorcionismo do homem pelo homem,palco de testes de uma sociedade "capitalizada".O Paquistão...esse continua "transvestido" de carneiro seguidor das boas práticas anti-terroristas,escondendo no seu âmago a intolerância que mina toda uma sociedade e condena milhões a uma miséria existencial.Estes são os grandes aliados do Tio Sam, que tudo vê e tudo ouve.
Democracia?Direitos Humanos?Para milhões de homens e mulheres não passam de simples palavras proferidas lá longe em território Europeu e Americano.Fora dessas fronteiras convém que tudo fique na mesma...para alguns.
E quem diria que passados quase 20 anos da queda do muro, outros se erguessem legitimados por aqueles que aplaudiram a sua queda (muro de separação em Israel e na fronteira Americo-mexicana)

 

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